Associação
Amigos do Cinema exibe nesta terça-feira a cinebiografia do célebre
pintor espanhol realizada por Carlos Saura ícone do cinema espanhol
ao lado de Luis Buñuel, Victor Erice e Pedro Almodóvar, o cineasta
e ex-fotógrafo Carlos Saura (1932), ainda na ativa, realizou no
século 20 grandes e originais filmes políticos nos quais
mostrou ao mundo a repressão à liberdade imposta pela
ditadura de Francisco Franco (1892-1975), mas também filmou a vida
de conterrâneos célebres, como o pintor Francisco de Goya, em Goya
em Bourdeaux.
É
esse retrato biográfico do autor da clássica tela O Três de
Maio de 1808, considerado o maior artista espanhol do fim do século
18 e início do século 19, que a Associação Amigos do Cinema
exibe na sessão desta terça-feira, 2, a partir das 20 horas, no
auditório do SindiBancários (Rua 7de
setembro, nº 489). A entrada é gratuita.
Lançado
em 1999, sendo tratado então com indiferença pela crítica,
Goya traz o pintor (interpretado pelo falecido ator Francisco
Rabal) aos 82 anos, já surdo, no exílio em Bordeaux no
século 19, onde decidiu viver depois de fugir da Inquisição
Espanhola.
Ali,
o artista narra à enteada Rosário (Dafne Fernandéz)
acontecimentos marcantes de sua trajetória
– mostrados em fashbacks – como as guerras napoleônicas e
recorda seu grande amor, a
Duquesa de Alba, assassinada por envenenamento quando jovem,
que volta a procurá-lo como anjo da morte.
É
um competente tributo, com ingredientes surrealistas, a
Francisco de Goya e um filme de arte de beleza suntuosa, fruto em
grande parte do trabalho do genial fotógrafo italiano Vittorio
Storaro (parceiro de Saura no seu longa anterior, Tango, e de
Bernardo Bertolucci, com quem fez
O Último Imperador e O Céu Que Nos Protege), que procurou
reproduzir nas cenas as texturas das telas de Goya.
Fonte: Fernando de
Oliveira
Jornalista e integrante
da Diretoria do Amigos do Cinema.