sexta-feira, 29 de maio de 2009

Sessão dos Amigos do Cinema dia 01/06/09

Sessão dos Amigos do Cinema dia 01/06/09
Local: Centro de Cultura da Estação Férrea
Hora: 20 horas


Filme: TIME, de Kin Ki Duk

Após a sessão ocorre debate com os espectadores e a diretoria do cineclube

Sinopse
A insegurança de Se-hui (Park) na relação com Ji-u (Ha) leva-a a comportamentos histéricos e embaraçosos em locais públicos. Convencida que o namorado está farto dela, decide afastar-se para fazer uma operação plástica. Ji-u continua à espera do regresso de Se-hui, desconhecendo que ela mudou de fisionomia. Entretanto, é tentado por outras mulheres, incluindo a nova empregada da coffee shop que frequenta, Sae-hui (Seong).


Ficha Técnica
Título Original: Shi Gan
Gênero: Drama
Tempo de Duração: 97 minutos
Ano de Lançamento (Japão / Coréia do Sul): 2006
Estúdio: Kim Ki-Duk Film / Happinet Pictures
Distribuição: California Filmes
Direção: Kim Ki-Duk
Roteiro: Kim Ki-Duk
Produção: Kim Ki-Duk
Música: Noh Hyung-Woo
Fotografia: Sung Jong-Moo
Desenho de Produção: Choi Keun-Woo
Edição: Kim Ki-Duk

Elenco
Ha Jung-Woo (Ji-Woo)
Park Ji-Yeon (Seh-Hee)
Kim Sung-Min (Cirurgião plástico)
Seo Yeong-Hwa
Kim Ji-Heon


Comentário por Eric Novello
Time é mais uma obra instigante do cineasta coreano Kim-Ki-Duk. Dessa vez, a brincadeira com linguagem começa no título. Time é o loop criado com o início e o fim do filme, é a paranóia com idade e a obsessão por plásticas, é a idéia de que as pessoas enjoam uma das outras com o passar do tempo, a dificuldade de seguir adiante.
Kim-Ki-Duk sempre trabalha com o conceito de ausência. O que não está tem por vezes mais importância do que o que podemos ver ou ouvir. Em Primavera, verão, outono, inverno… primavera já havia o conceito do cíclico, como o nome indica. O filme se passava em uma cabana no meio de um lago dentro de uma grande floresta, e a ausência de civilização criava a ausência das palavras. Casa vazia trouxe o silêncio para o meio da cidade, e ao fugir do cenário da natureza, a ausência do som se potencializou. São raras as falas, e não há adequação dos personagens ao meio. O grande objetivo do personagem principal é ser invisível, a expressão máxima da ausência para um ator. O arco, seu trabalho seguinte, extrapolou o silêncio, mas o devolveu para o cenário bucólico. Ficou então a pergunta, o que Kim-Ki-Duk faria em seu próximo filme? Time é um filme verborrágico na maior parte do tempo. As pessoas não só gostam de se comunicar, como têm na fala uma arma contra o mundo. É pela fala que identificamos o ciúme exagerado da protagonista e suas paranóias. Pelos seus escândalos (cômicos) somos informados do seu estado psicológico fragilizado. É dela que virá a primeira grande ausência do filme, a da imagem. Certa de que o namorado enjoou de seu rosto, ela resolve fazer uma plástica. A transformação externa assume-se como símbolo do vazio interior. Após a cirurgia – e sim, o diretor nos brinda com uma cena aterrorizante de cirurgias plásticas reais, os cortes são inacreditáveis e desagradáveis, mas só aparecem uma vez, o suficiente para gerar impacto e reflexão – a personagem decide desaparecer por seis meses, até poder tirar a atadura. Esvazia o apartamento e some sem avisar ao namorado. Na maior parte do filme acompanhamos o namorado e sua solidão, a descoberta da plástica e a neurose crescente por saber que qualquer mulher ao redor pode ser o seu amor perdido. A ausência flerta com o real e vira uma crítica à perda de identidade no hipermodernismo. Passado entre o centro da cidade e um bosque com esculturas eróticas deformadas, Time não é um filme para qualquer um (Kim-Ki-Duk nunca foi), é um filme para quem gosta de cinema e sente a necessidade urgente de entendê-lo. Nele, nada é mastigado e tudo parece fruto do acaso, mas não existe nada mais trabalhoso e estudado do que o processo de parecer simples na tela do cinema. (Eric Novello é escritor e roteirista, formado no Instituto brasileiro de audiovisual - Escola de cinema Darcy Ribeiro)

Premiações
- Ganhou o prêmio de Melhor Ator (Ha Jung-Woo), no Fantasporto.

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Seminário Estadual para Auto-Sustentabilidade Cineclubista/RS

Circuito em Construção
Seminário Estadual para Auto-Sustentabilidade Cineclubista/RS

Data: 05 de junho de 2009
Local: Auditório João Miguel de Souza – Centro Cultural Cesma
Cooperativa dos Estudantes de Santa Maria Ltda – CESMA – Santa Maria/RS

Apresentação:
O advento do novo século trouxe consigo tanto o aperfeiçoamento quanto o barateamento das tecnologias digitais de captação, manipulação, armazenamento e exibição de filmes. Neste ultimo campo, a exibição sem fins lucrativos, ou seja, o cineclubismo experimenta uma verdadeira ebulição, tendo o Conselho Nacional de Cineclubes Brasileiros contabilizado mais de 300 ações por todo o país. Em um contexto em que muitos desses cineclubes começam a completar meia década de vida, é preciso contribuir para o amadurecimento do movimento rediscutindo e reelaborando suas atividades através dos conceitos de Auto-Sustentabilidade e Economia da Cultura.

O Brasil conta hoje, com pouco mais de 2 mil salas comerciais de cinema concentradas no Rio de Janeiro e São Paulo que conferem pouca visibilidade aos filmes nacionais e praticam ingressos caríssimos. O cineclubismo é, portanto, a via natural para esta produção. Por meio da construção de um circuito sustentável de exibição audiovisual espalhado por todo o país, o projeto é que o público possa ter garantido seu acesso gratuito, e que produtores, realizadores e distribuidores possam ser remunerados por seus trabalhos, e de modo a, inclusive, se assegurar a continuidade da oferta cultural.

Em consonância, portanto, com os princípios da Convenção Sobre a Proteção e a Promoção da Diversidade das Expressões Culturais e os propósitos do Programa Mais Cultura, e em um momento em que a “Cultura” alcança o status de campo estratégico dentro das políticas de Estado – para a produção, a circulação o acesso e o consumo de atividades, bens e serviços culturais se realizam -, a criação de um modelo sustentável, em rede, é ação prioritária.

Para tanto, a Associação Cultural Tela Brasilis realizou, de 10 a 12 de julho de 2008, no Rio de Janeiro, a segunda fase do projeto Circuito em Construção – Seminários Estaduais para a Auto-Sustentabilidade Cineclubista. A primeira etapa do projeto aconteceu na Feira Livre – Feira Audiovisual do Rio, de 6 a 8 de março de 2008, quando foram realizadas as primeiras mesas de debate sobre os temas aqui em questão, e onde se estabeleceu, pela primeira vez, uma Feira de Negócios direcionada ao produtor audiovisual independente e de pequeno porte, configurando, já, uma iniciativa da auto-sustentabilidade. A etapa posterior ao Seminário Nacional no Rio de Janeiro está sendo a reprodução deste encontro nos demais estados brasileiros. O conhecimento adquirido pelos participantes e o material didático formulado a partir das palestras e debates, tanto da Feira quanto do Seminário, estão utilizados para a promoção dos eventos locais.

Como no cineclubismo desembocam diversas questões que permeiam o universo do audiovisual, convidamos para as mesas produtores, realizadores, difusores, distribuidores e representantes de associações de classe do cinema. Para o fortalecimento do cineclubismo nos estados, a proposta é focar em temas como “leis de incentivo” e “programação” além do incentivo à constituição de Federações Estaduais. Assim, este projeto Circuito em Construção tem o compromisso de desenvolver ambiente para que agentes de produção, distribuição e, sobretudo, exibição audiovisual possam desempenhar suas atividades sob a lógica da Economia da Cultura, através do fortalecimento dos pontos de exibição sustentados existentes e o estímulo à criação de outros.

Associação Cultural Tela Brasilis


A realização do Seminário Estadual para Auto-Sustentabilidade Cineclubista/RS é uma é uma co-realização da Cooperativa dos Estudantes de Santa Maria Ltda- CESMA, Cineclube Lanterninha Aurélio, Associação Cultural Tela Brasilis e Conselho Nacional de Cineclubes Brasileiros, e integra a programação dos 31 anos da CESMA, através do Programa Seminário Permanente de Cultura.

9h – inscrições e cadastramento dos participantes

MESA 01 – 9h30min
Distribuição de Conteúdos
Luiz Alberto Cassol
Vice-Presidente do Conselho Nacional de Cineclubes Brasileiros
Catálogo Cinesud & Cinemateca Carlos Vieira
Frederico Cardoso
Coordenador do Cine + Cultura
Programadora Brasil
Mediador: Paulo Henrique Teixeira – Cineclube Lanterninha Aurélio

12h30min – intervalo para almoço

MESA 02 – 14h
Direito Autoral & Constituição de Redes

Antonio Martins
Jornalista, Editor do Le Monde Diplomatique Brasil, na internet (1999-2008)
Gilvan Dockhorn
Diretor Regional do Conselho Nacional de Cineclubes Brasileiros
Mediador: Leonardo Foletto – Jornalista

17h - café

MESA 03 – 17h30min
Leis de Incentivo & Sustentabilidade.

Rosane Maria Dalsasso
Representação Regional Sul do Ministério da Cultura
Nova Lei Rouanet e Programa Cultura Viva
Josias Ribeiro
Secretaria de Município da Cultura de Santa Maria
Lei de Incentivo Estadual e Municipal
Eduardo Ades
Associação Cultural Tela Brasilis
Sustentabilidade Cineclubista
Mediadora: Cristina Jobim – Produtora Cultural

20h – Coquetel de Confraternização

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Sessão 25 de maio de 2009


Estamos retomando nossas atividades em 2009, informamos que nossas sessões, conforme acordado na assembléia do dia 18, ocorrerão na segundas-feira, no Centro Cultural José Francisco Frantz (Estação Férrea), às 20hs, com direito a debate após a sessão. Eventualmente pretendemos fazer sessões em outros dias da semana.

Em nossa próxima sessão, dia 25 (segunda) de maio, apresentaremos o filme ANA E OS LOBOS. Seguem algumas informações:
FICHA TÉCNICA
Direção: Carlos Saura
Elenco: Geraldine Chaplin, Fernando Fernán Gómez, José María Prada, José Vivó, Rafaela Aparicio, Charo Soriano, Marisa Porcel, Anny Quinas, Nuria Lage, María José Puerta, Sara Gil
Gênero: Drama
País: Espanha
Duração: 102min
Ano Original: 1973

SINOPSE
Ana e os Lobos é uma obra dirigida por um dos mais importantes diretores da Espanha, Carlos Saura. Severo crítico da ditadura de Franco, Saura criou para o cinema belas histórias, premiadas nos principais festivais internacionais.
Nesta obra-prima, Ana (Geraldine Chaplin) é uma jovem contratada para trabalhar como governanta em uma mansão no campo da Espanha. Mas sua beleza aguça o desejo deprimido de três irmãos que vivem na casa: o místico Fernando (Fernando Fernán Gómez), que representa a Igreja Católica; José (José Maria Prada), o Exército e Juan (José Vivo), o sexo oprimido. Em silêncio, Ana nada faz para impedi-los e passivamente se submete aos desejos dos seus senhores, assim como o inocente povo espanhol durante o período franquista. Um filme impressionante, comovente e sensível.


CRÍTICA
ANA E OS LOBOS

“Ana e os Lobos” (1972) é um marco na história do cinema latino na medida em que revelou, para os brasileiros, um dos mais importantes diretores do cinema espanhol dos últimos tempos; refiro-me ao cineasta Carlos Saura.
A personagem Ana (Geraldine Chaplin, filha de Charles Chaplin e ex-mulher do diretor Carlos Saura) é a governanta que chega à mansão de uma velha e decadente família burguesa espanhola. Ali, ela se envolve com três irmãos: o místico Fernando, que se isola do universo social qual um eremita e, além disso, é predestinado a transes de levitação; José, um colecionador de relíquias do “exército que governa” a mansão com arrogância e prepotência; e Juan, escrevinhador de cartas obscenas, que tenta, a todo custo, seduzir Ana; aliás, cada um dos irmãos, de alguma maneira, pretende possuí-la. Juan deseja o corpo de Ana, Fernando quer cortar os cabelos da governanta, e José pretende dominá-la a exemplo de um soldado.
É preciso ressaltar que o roteiro de “Ana e os Lobos” ficou, por mais de um ano, proibido pela polícia e pela censura da ditadura do general Francisco Franco, que varreu o território espanhol de 1939 a 1975. Uma das maneiras para se conferir o filme é observá-lo como um quadro alegórico da Espanha franquista. Nesse sentido, os personagens-protagonistas, em seu conjunto, representam, alegoricamente, por um lado, as três grandes forças que dominavam a Espanha de Franco: Fernando representa a Igreja Católica; José representa o exército; e Juan representa a sexualidade reprimida. De outra parte, Ana, a vítima inocente, o cordeirinho, representa o próprio povo espanhol sob o jugo da ditadura franquista.
O cineasta Carlos Saura não esconde que detesta os “três lobos”, buscando, sem qualquer piedade, estereotipar cada um dos irmãos. José, por exemplo, foi criado como menina até a primeira comunhão; na idade adulta, adquiri o hábito de travestir-se.
“Ana e os Lobos” é arte cinematográfica e uma lição de como dizer e contestar um estado de coisas indiretamente mediante o emprego da linguagem alegórica; exemplos desse recurso procedente do tropos lingüístico proliferam na poética musical de Chico Buarque de Holanda, cujo elenco de canções de renome (sobretudo entre o final dos anos 60 e durante os anos 70) obtive (pasmem, quanto a esta bela contradição!) grande sucesso durante a vigência das indecorosas censuras instauradas pela ditadura militar no Brasil. Por fim, como já afirmaram, “Ana e os Lobos” é um filme que impressiona, comove e sensibiliza. É preciso conferi-lo! Sobretudo, nós, brasileiros, que precisamos reavivar a memória daquilo que aconteceu, num passado recente, em nosso país: dos brasileiros que sofreram muitas coisas por nós, dos nossos irmãos que participaram do sofrimento das torturas, dos choques elétricos ou amarrados em “pau-de-arara”... de todos os inocentes que, por nós, morreram nas prisões de um Brasil-Estado Autoritário, de uma Nação Demente, de um Brasil-Casa-dos-Horrores do DOPS, de um Estado Assassino, de uma Nação-Latrina regida pela podridão do autoritarismo, de um “Brasil Nunca Mais!”!

PROF. DR. SÍLVIO MEDEIROS
Doutor em Filosofia e História da Educação pela UNICAMP
primavera de 2005


sexta-feira, 8 de maio de 2009

Nova assembléia

EDITAL DE CONVOCAÇÃO

ASSEMBLÉIA GERAL EXTRAORDINÁRIA

ASSOCIAÇÃO AMIGOS DO CINEMA DE SANTA CRUZ DO SUL

A ASSOCIAÇÃO AMIGOS DO CINEMA DE SANTA CRUZ DO SUL, por seu Presidente, no uso de suas atribuições legais e estatutárias, convoca seus associados a comparecerem à Assembléia Geral Ordinária que se realizará no Centro de Cultura Jornalista Francisco José Frantz (antiga Estação Férrea), à Rua Ernesto Alves, nº 817 , no dia 18 de maio de 2009, às 19h30 hs, em primeira convocação, e às 19 h. 45 min., em segunda e última convocação, para deliberar sobre os seguintes temas


  1. Eleição da Diretoria

Santa Cruz do Sul, 08 de maio de 2009.

Marcos Moura Baptista dos Santos