SINOPSE
Javier
Bardem é Uxbal, um herói trágico, pai de dois filhos, e à beira
da morte. Ele luta contra uma realidade distorcida e um destino que
trabalha contra ele, o impedindo de perdoar e amar. Está frente a
frente com um mundo desestruturado e numa espiral decadente de
degradação, mas tenta a todo custo manter a dignidade.
Paralelamente, a história mostra a complexa situação dos
imigrantes na Espanha.
FICHA
TÉCNICA
Diretor: Alejandro
González Iñárritu
Elenco: Javier
Bardem, Blanca Portillo, Maricel Álvarez, Rubén Ochandiano
Produção: Fernando
Bovaira, Alejandro González Iñarritu, Jon Kilik
Roteiro: Alejandro
González Iñárritu, Armando Bo, Nicolás Giacobone
Fotografia: Rodrigo
Prieto
Trilha
Sonora: Gustavo Santaolalla
Duração: 147
min.
Ano: 2010
País: EUA
Gênero: Drama
Cor: Colorido
Distribuidora: Paris
Filmes
Estúdio: Focus
Features / Mod Producciones / Focus Features / Televisión Española
(TVE) / Televisió de Catalunya (TV3) / Ikiru Films / Menageatroz
Classificação: 16
anos
Alejandro
González Iñárritu abandonou as múltiplas histórias entrecortadas
e montagem frenética de Babel e Amores
Brutos para se
dedicar a apenas um personagem. O resultado é Biutiful,
no qual o cineasta mexicano mergulha na dor de um pai quase como um
processo terapêutico. Um filme propositalmente nauseante e
desconfortável.
Se não é superinventivo, Biutiful não deixa de ser sincero. Como realizador, Iñárritu se expõe imensamente e chama um grande ator a fazer o mesmo: Javier Bardem, cujos grandes papéis são os quais ele se apropria da vida de seu personagem e embarca em sua essência, transcendendo a impressão de ser um ator vivendo outra vida para materializar uma pessoa na tela. Bardem incorpora a destruição de Uxbal, quarentão que vive de agenciar imigrantes chineses, além de ser pai de dois filhos pequenos e precisar prepará-los para a morte que se aproxima.
É muito curioso ver como a mesma história, dependendo do cineasta, pode ser contada de três maneiras diferentes. Biutiful concilia o drama de um pai perto da morte com a situação dos imigrantes na Espanha. Já vimos um ótimo filme sobre uma pessoa que prepara os familiares para sua morte, O Grão, cujo ritmo cinematográfico é dilatado; em relação ao tema da imigração, temos um suspense catártico, Olhos Azuis, com ótima atuação de Irandhir Santos.
Mas o que Iñárritu propõe ao embaralhar as duas narrativas é registrar um homem oprimido ou pela força da natureza (morte, se preferirem) ou pelo caldo social. Uxbal não tem escapatória, um herói retirado de uma tragédia. Assim, é mais que bem-vinda a narrativa circular de Biutiful.
Uxbal está frente a frente com um mundo desestruturado, coisa que a câmera de Iñárritu não deixa de notar e ressaltar. Tanto o cineasta quanto o fotógrafo Rodrigo Prieto privilegiam o arco de degradação pela qual passa o protagonista. Uxbal está em queda livre e, mesmo tentando manter a dignidade, Biutiful sabe qual será seu destino e não sonega isso do espectador.
Do lado de fora da casa de Uxbal, está o mundo. Lá a situação é pior ainda, especialmente se você é imigrante em um subemprego qualquer na Europa. Aí, Iñárritu volta a trazer a política para seus filmes, assim como fizera em Babel, a partir de dramas familiares. Mas, sejamos sinceros, nesse novo filme, o que importa mesmo é Uxbal.
Biutiful atinge a intensidade pretendida ao sufocar seu personagem. Mesmo sem um roteiro poderoso, Iñárritu tenta consertar quase tudo na câmera. Na maioria das vezes consegue e apresenta um filme deliberadamente desconfortável. Assim como a vida de Uxbal, que de biutiful, como escreve sua filha, não tem nada.
Se não é superinventivo, Biutiful não deixa de ser sincero. Como realizador, Iñárritu se expõe imensamente e chama um grande ator a fazer o mesmo: Javier Bardem, cujos grandes papéis são os quais ele se apropria da vida de seu personagem e embarca em sua essência, transcendendo a impressão de ser um ator vivendo outra vida para materializar uma pessoa na tela. Bardem incorpora a destruição de Uxbal, quarentão que vive de agenciar imigrantes chineses, além de ser pai de dois filhos pequenos e precisar prepará-los para a morte que se aproxima.
É muito curioso ver como a mesma história, dependendo do cineasta, pode ser contada de três maneiras diferentes. Biutiful concilia o drama de um pai perto da morte com a situação dos imigrantes na Espanha. Já vimos um ótimo filme sobre uma pessoa que prepara os familiares para sua morte, O Grão, cujo ritmo cinematográfico é dilatado; em relação ao tema da imigração, temos um suspense catártico, Olhos Azuis, com ótima atuação de Irandhir Santos.
Mas o que Iñárritu propõe ao embaralhar as duas narrativas é registrar um homem oprimido ou pela força da natureza (morte, se preferirem) ou pelo caldo social. Uxbal não tem escapatória, um herói retirado de uma tragédia. Assim, é mais que bem-vinda a narrativa circular de Biutiful.
Uxbal está frente a frente com um mundo desestruturado, coisa que a câmera de Iñárritu não deixa de notar e ressaltar. Tanto o cineasta quanto o fotógrafo Rodrigo Prieto privilegiam o arco de degradação pela qual passa o protagonista. Uxbal está em queda livre e, mesmo tentando manter a dignidade, Biutiful sabe qual será seu destino e não sonega isso do espectador.
Do lado de fora da casa de Uxbal, está o mundo. Lá a situação é pior ainda, especialmente se você é imigrante em um subemprego qualquer na Europa. Aí, Iñárritu volta a trazer a política para seus filmes, assim como fizera em Babel, a partir de dramas familiares. Mas, sejamos sinceros, nesse novo filme, o que importa mesmo é Uxbal.
Biutiful atinge a intensidade pretendida ao sufocar seu personagem. Mesmo sem um roteiro poderoso, Iñárritu tenta consertar quase tudo na câmera. Na maioria das vezes consegue e apresenta um filme deliberadamente desconfortável. Assim como a vida de Uxbal, que de biutiful, como escreve sua filha, não tem nada.
Nenhum comentário:
Postar um comentário