SINOPSE
Segundo
filme da tetralogia de Aleksandr Sokurov sobre as personalidades mais
poderosas do século 20 (o primeiro foi Moloch), "Taurus"
mostra os derradeiros momentos de Lênin, seu isolamento, suas
questões existenciais e sua perplexidade diante do fim. O líder
russo que mudou o curso da história e abalou o mundo aguarda a morte
em uma casa cedida pelo Estado, solitário, vigiado, rodeado de
pessoas estranhas, tralhas domésticas e desordem, um lugar que mais
parece um museu. Seu corpo está impotente, sua consciência aos
poucos vai se apagando, mas sua sede de luta e poder não o abandona.
A seu lado, apenas sua mulher.
FICHA
TÉCNICA
ORIGINAL:
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TAGS:
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DIRETOR:
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ROTEIRISTA:
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TRILHA:
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CRÍTICA
Kleber
Mendonça Filho (UOL.com.br)
O russo Taurus, de Alexander Sokurov, é um desses filmes que destacam-se pela linguagem. É cinema de imagem refinada, especialmente ao dar hora-extra para sofisticar elementos visuais que marcam o filme como uma assinatura que não se apaga.
O russo Taurus, de Alexander Sokurov, é um desses filmes que destacam-se pela linguagem. É cinema de imagem refinada, especialmente ao dar hora-extra para sofisticar elementos visuais que marcam o filme como uma assinatura que não se apaga.
Sokurov
já esteve em Cannes há dois anos, com Moloch,
a primeira parte do que ele chama “A Teatrologia dos Ditadores do
Século 20”. Quem viu Moloch,
a primeira parte desta série, poderá lembrar do seu conteúdo
visual, retrabalhado em Taurus com
igual afinco. Em Moloch,
Sokurov filmou um estranho final de semana com Adolf Hitler e Eva
Braun. EmTaurus,
acompanhamos os últimos meses de um Lenin já moribundo. O ator
Leonid Mozgovoy (Lenin), direção de arte e fotografia nos dão a
impressão de estarmos diante de um filme da época. Impressionante.
Taurus é
um filme especial que fascina, mas que chama também a atenção do
espectador pela sua absoluta lentidão. Se isso poderá revelar-se
desconfortável para despreparados, tente enxergar o filme como uma
análise perfeita do ser decrépito, de um corpo sem alma que já foi
responsável por tantas ações e reações, mas agora decadente
física e mentalmente.
Dá
também ao filme qualidade impossível de traduzir em palavra
escrita. De qualquer forma, Sokurov parece concentrado demais na
textura do seu filme. Detratores poderão acusá-lo de filmar
cenários impecáveis e atores perfeitamente caracterizados de dentro
de um aquário, com a lentidão de um escargot.
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